As principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos enfrentaram uma queda histórica no valor de mercado nesta sexta-feira, 4, com perdas que somam impressionantes US$ 802 bilhões em apenas um dia. O tombo ocorre dois dias após o anúncio do novo pacote de tarifas do presidente americano Donald Trump, que reacendeu preocupações sobre a guerra comercial com a China e seus impactos no setor de tecnologia.
Desde a última quarta-feira, 2, quando o chamado “tarifaço” foi anunciado, as perdas acumuladas já ultrapassam US$ 1,8 trilhão, de acordo com levantamento da consultoria Elos Ayta. O prejuízo atinge em cheio as chamadas “Sete Magníficas” — grupo formado por Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp), Nvidia e Tesla.
A Apple lidera as perdas, com uma queda de US$ 533 bilhões em dois dias, sendo US$ 222 bilhões só nesta sexta-feira. Apesar do baque, a empresa ainda mantém o título de mais valiosa do mundo, com valor de mercado estimado em US$ 2,8 trilhões.
Veja as perdas por empresa:
-
Apple: -US$ 222 bilhões (sexta) | -US$ 533 bilhões (dois dias)
-
Nvidia: -US$ 183 bilhões | -US$ 393 bilhões
-
Microsoft: -US$ 99 bilhões | -US$ 166 bilhões
-
Tesla: -US$ 90 bilhões | -US$ 140 bilhões
-
Amazon: -US$ 79 bilhões | -US$ 265 bilhões
-
Meta: -US$ 68 bilhões | -US$ 200 bilhões
-
Alphabet: -US$ 61 bilhões | -US$ 137 bilhões
Apple sob pressão
Segundo o New York Times, a Apple é a mais vulnerável ao aumento das tarifas, já que 90% dos iPhones são fabricados na China. A estimativa é de que os custos de produção da empresa aumentem em US$ 8,5 bilhões ao ano, segundo a Morgan Stanley.
Com um faturamento anual em torno de US$ 400 bilhões, grande parte gerado por produtos como o iPhone, iPad e Apple Watch, a empresa terá de decidir se absorve os novos custos — o que reduziria suas margens de lucro — ou os repassa aos consumidores.
Caso opte pela segunda opção, o impacto será sentido no bolso dos americanos: o preço do iPhone 16 Pro Max pode saltar de US$ 1.599 para até US$ 2.300, de acordo com projeções da Rosenblatt Securities, que calcula um aumento de 43% nos custos de produção.
Incertezas à frente
O tarifaço de Trump reacende os temores de uma nova onda de instabilidade no mercado global, especialmente para as empresas altamente dependentes de cadeias de produção internacionais. O cenário ainda é de incerteza, e investidores aguardam os próximos passos da Casa Branca — e da China — para avaliar os rumos da guerra comercial que, mais uma vez, promete abalar o Vale do Silício.