A ministra Cármen Lúcia será a protagonista da sessão desta quinta-feira, 11, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Seu voto abrirá a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de envolvimento em uma trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O posicionamento da ministra é considerado decisivo: até o momento, o placar está em 2 a 1 pela condenação.
Expectativa sobre o voto
Na sessão de quarta-feira, 10, o ministro Luiz Fux divergiu e votou pela absolvição da maior parte dos acusados, incluindo Bolsonaro. Já Alexandre de Moraes e Flávio Dino defenderam a condenação de todos. Caso Cármen Lúcia se alinhe a essa posição, a maioria simples estará formada.
Durante o longo voto de Fux, que durou mais de 12 horas, a ministra fez anotações constantes, tanto em papel quanto no computador, e chegou a trocar impressões com Moraes. O gesto foi interpretado como sinal de que pode aderir ao entendimento dos colegas.
Em março de 2025, quando o STF analisou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Cármen já havia se posicionado de forma dura.
“Os tipos de materialidade estão presentes. O que tem como indício comprova que há conhecimento e participação. Se era criminosa ou para ser partícipe do golpe, é outra história. Temos de instruir, ver as provas”, declarou na ocasião.
Mesmo que o voto de Cármen forme maioria nesta quinta, o julgamento não se encerrará. A fase de dosimetria da pena, que define a punição de cada réu em caso de condenação, ocorrerá apenas na sessão seguinte, marcada para sexta-feira, 12.
