Home 1 Minuto com Sérgio Machado Condenações do 8 de janeiro e o recado da Justiça ao país

Condenações do 8 de janeiro e o recado da Justiça ao país

Há quem sinta que as penas foram duras, outros acham que ainda foi pouco. Mas o ponto central é que, desta vez, as instituições responderam

Foto: José Cruz/Agência Brasil

As primeiras condenações dos envolvidos na trama golpista deixaram no ar um sentimento de “alma lavada” em parte da população brasileira.

Aqui não falamos de vingança ou de disputa entre A ou B. Falamos da constatação de que, depois de tanta violência política, de tantas ameaças às instituições, o Poder Judiciário deu um passo importante para reafirmar a soberania e a democracia no Brasil.

Há quem sinta que as penas foram duras, outros acham que ainda foi pouco. Mas o ponto central é que, desta vez, as instituições responderam.

O curioso é o silêncio de muitos que se dizem defensores da democracia. Alguns líderes, que sempre se colocaram como guardiões da Constituição, preferiram não se manifestar diante das sentenças, até então.

Esse silêncio pesa, porque a defesa da ordem democrática não pode ser seletiva, nem depender de quem está no banco dos réus. A Justiça, quando age, mexe com todos os lados e lembra que regra é regra.

É bom lembrar também que, enquanto centenas de famílias ainda choram as perdas da pandemia da Covid-19, cujos erros de gestão e omissões graves sequer chegaram a julgamento, os casos do 8 de janeiro avançaram com rapidez. É uma lembrança incômoda de que nem todos os capítulos de nossa história recente receberam a devida resposta institucional. A democracia foi defendida, mas ainda há feridas abertas que talvez jamais sejam curadas.

Para além das disputas políticas, essas condenações reforçam a mensagem de que democracia exige limites, responsabilidade e, sobretudo, consequências para quem ultrapassa a linha. Isso não resolve todos os problemas do país, mas estabelece um marco importante de que não dá para brincar com golpe e sair impune.

No fim das contas, a Justiça está cumprindo seu papel. E a sociedade, mesmo dividida, pode enxergar nesse processo uma chance de amadurecer politicamente. Não se trata de festejar prisão de A ou derrota de B, mas de entender que o recado é que, quem quiser apostar contra a democracia brasileira, vai encontrar resposta das instituições. E essa resposta, goste-se ou não, fortalece o país.

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