Quase meio milhão afastamentos por saúde mental foram registrados em 2024. Esse é o maior número em pelo menos 10 anos. Os dados foram revelados pelo g1, através de dados coletados com o Ministério da Previdência Social, em reportagem de Poliana Casemiro e Rayane Moura.
Em 2023, os afastamentos por saúde mental totalizaram 283.471. Já em 2024 esse número aumentou em 68%, chegando a 472.328.
Essa situação, de acordo com psicólogos e psiquiatras, é reflexo da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, como o estresse emocional após a crise, insegurança financeira com custo de vida, aumento da informalidade e o fim de ciclos.
Ansiedade e depressão lideram o ranking dos 472.328 afastamentos, sendo 141.414 da primeira e 113.604 da segunda. Os dados representam afastamentos e não trabalhadores, pois uma pessoa pode tirar mais de uma licença médica no mesmo ano.
Por estado, o maior número de licenças está nos mais populosos como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, proporcionalmente, ou seja, considerando o número de afastamentos em relação à população, os maiores índices foram registrados no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. No Ceará, 12.202 afastamentos foram registrados em 2024 (4.095 por ansiedade e 3.024 por depressão).
A maioria dos afastamentos foram de mulheres. Ao todo foram 301.348 afastadas. 170.980 homens se afastaram de seus trabalhos. Tantos em homens como em mulheres a idade média é de 41 anos e o transtorno mais comum é a ansiedade.