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Operação contra deputado estadual abre crise institucional entre MPCE e Assembleia Legislativa

Sem a revelação do nome do deputado, líderes da Alece avaliam que a operação colocou todos os 46 parlamentares sob suspeita

Foto: Dário Gabriel/Alece

A segunda fase da Operação “Simulatio”, do Ministério Público do Ceará, deflagrada nessa segunda-feira, 20, contra um deputado estadual causou “mal-estar” entre a Assembleia Legislativa e o MPCE. A informação foi divulgada pela coluna do Inácio Aguiar, do Diário do Nordeste.

De acordo com a Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), do MPCE, o deputado é investigado por suspeita de participar de esquema de repasse de salários de assessores parlamentares para pagamento de dívida feita por ele a um advogado que atua como agiota. O nome do parlamentar não foi revelado.

Sem a revelação do nome do deputado, líderes da Alece avaliam que a operação colocou todos os 46 parlamentares sob suspeita.

Outro motivo que causou irritação nos parlamentares da Casa foi a divulgação da operação nas redes oficiais do Ministério Público. A imagem utilizada – a foto de um homem de gravata, sem mostrar o rosto – foi considerada como um recado coletivo à Assembleia.

A repercussão teria feito com que o alto comando da Alece entrasse em contato direto com o comando do MPCE para manifestar insatisfação, o que resultou na exclusão da publicação nas redes. O conteúdo foi repostado posteriormente, mas sem a imagem utilizada inicialmente.

Além disso, a Assembleia está em período de transição do comando da Casa. Atualmente, o deputado Fernando Santana (PT) está na presidência da Casa, de forma interina. Romeu Aldigueri (PDT) assumirá o comando da Alece em 1º de fevereiro.

A percepção é de que a divulgação nesse período fragilizou a posição do Legislativo diante da opinião pública, já que o interino não teria a mesma legitimidade para articular uma resposta institucional robusta.

Entenda a operação

Conforme a investigação da Procap, um deputado estadual supostamente realizava empréstimos financeiros com um advogado que atuava como agiota. O deputado, então, oferecia cargos de assessor parlamentar no gabinete dele para o advogado indicar nomes. Em troca, os assessores “fantasmas” indicados pelo advogado e lotados no gabinete do político repassavam ao advogado parte dos salários recebidos de forma a pagar as dívidas feitas pelo deputado.

Na ação, que contou com apoio da Polícia Civil, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão contra servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).

Os mandados foram cumpridos nas residências dos suspeitos, localizadas nos municípios de Fortaleza e Maracanaú, resultando na apreensão de celulares, computadores e documentos que irão subsidiar as investigações conduzidas pela Procap.

Essa segunda fase é um desdobramento da operação ocorrida em 2023 e se concentrou no núcleo operacional do esquema, atingindo os funcionários fantasmas que repassaram os valores para os agiotas.

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